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O
E-mail Marketing e a Relevância
(originalmente publicado na
revista Marketing Direto, 2002)
A Internet
foi inicialmente desenvolvida, com fins de defesa militar, nos EUA, na
década de 60. Com o passar dos anos, a comunidade
científica se deu conta de seu poder e contribuiu
enormemente para seu desenvolvimento e
disseminação. Mas foi a partir de 1994, com o
lançamento do Mosaic, o primeiro browser Internet com
interface gráfica — que facilitou em muito seu uso
por leigos —, que a Internet começou a se
popularizar verdadeiramente.
E este foi também o início de sua fase comercial.
Isso explica, em parte, porque a maior parte dessas iniciativas
comerciais foi conduzida por profissionais provenientes da
área tecnológica. Só mais recentemente
é que os profissionais de marketing passaram a efetivamente
contribuir para o desenvolvimento de websites e de
estratégias para usufruir do poder da nova mídia,
que é também canal, para alavancar novos
negócios e relacionamentos.
Nesse processo, começou-se a perceber que as iniciativas de
maior sucesso comercial eram as que utilizavam técnicas de
segmentação, personalização
— da oferta e da comunicação
—, enfocando o caráter interativo da Internet na
busca de respostas mensuráveis.
É bastante comum ouvirmos que "telemarketing ativo
é invasivo". Ora, telemarketing ativo mal feito é
realmente invasivo. Mas imaginemos uma ligação
ativa para uma determinada pessoa que esteja em processo de pesquisa
para compra de uma máquina de lavar, com uma oferta de uma
máquina de lavar aproximadamente do tipo e modelo que vinha
sendo pesquisado, por um preço ligeiramente inferior aos que
ela vinha encontrando. Essa ligação seria
considerada invasiva? Ou seria muito bem-vinda?
O mesmo ocorre, por exemplo, com o e-mail marketing. Muito se tem
falado do spam, as mensagens comerciais não solicitadas.
Muitos profissionais acreditam que se a permissão do
destinatário for obtida antes, então a mensagem
não poderia ser considerada spam. Muitos outros
profissionais, entre os quais me incluo, acreditam que, embora a
permissão seja absolutamente necessária,
é preciso ter também relevância, isto
é, interesse, pertinência, utilidade para o
destinatário.
Mas como podemos ser relevantes para quem não conhecemos?
Como podemos oferecer algo que sirva como uma luva para
alguém cujo nome não sabemos, cujas necessidades
e preferências ignoramos?
Há quem defenda a expressão “bulk
mail” — que significa correio em grandes volumes
—, em oposição ao spam. Talvez essas
pessoas considerem o spam como uma forma de se fazer marketing de
massa, por meio de uma mídia que favorece, sob todos os
aspectos, a coleta de dados para oferta de produtos e
serviços personalizados, relevantes.
A Internet, com seu alto grau de automação, no
entanto, torna muito mais fácil capturar
informações em sistemas de bancos de dados do que
outras alternativas do “mundo real”, que dependem
fortemente de pessoas e, conseqüentemente, de
mudança de cultura, treinamento, processos etc.
Nesses bancos de dados podemos guardar
informações sobre cada cliente, como dados
cadastrais; histórico de compras (produtos e
serviços adquiridos, freqüência de
compra, valor total gasto com a empresa); histórico de
contatos (dúvidas, sugestões,
reclamações, resposta a campanhas anteriores);
histórico de navegação no site,
também conhecido como clickstreams, que permitem inferir
interesses e necessidades; além de
informações demográficas e
psicográficas que esse cliente possa ter dado à
empresa anteriormente, por meio de resposta a pesquisas, por exemplo.
Esse é o tipo de informação que os
profissionais de marketing direto estão acostumados a
explorar para buscar o conhecimento sobre o cliente e seus desejos e
necessidades.
Acredito que, esse conhecimento deva ser a base para a
confecção de campanhas de e-mail marketing
(também de telemarketing, mala direta etc.) que sejam, ao
mesmo tempo, lucrativas para a empresa e relevantes e
não-invasivas para o destinatário.
Jeffrey Hanson Costa